quinta-feira, abril 18, 2024
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Reforma do Morumbi cria tensão política no São Paulo

Reforma do Morumbi cria tensão política no São PauloO atual presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, tinha como objetivo deixar a presidência do clube com a aprovação da reforma da cobertura do Morumbi. Contudo, as eleições do tricolor paulista acontecem já em abril e, até o momento, a situação da cobertura do estádio é incerta. Os membros da oposição questionaram os acertos feitos pelo atual presidente e, após muita pressão, tiveram acesso aos contratos firmados por Juvenal.

Com isso, a obra de cobertura do Morumbi está ameaçada. Com orçamento de R$460 milhões, os contratos preveem, além da cobertura do estádio, a construção de uma arena para quase trinta mil pessoas, além de um novo estacionamento para o estádio, com capacidade para dois mil veículos.

Problemas

De acordo com Marco Aurélio Cunha, principal opositor de Juvenal Juvêncio, muitos aspectos do contrato estão corretos, mas a parte relacionada à engenharia apresenta diversos erros. Curiosamente, Marco Aurélio foi um dos maiores aliados de Juvenal Juvêncio em outras épocas, mas agora atua como conselheiro da oposição, que terá Kalil Rocha Abdalla como candidato à presidência do clube.

Em relação aos contratos firmados pelo São Paulo, o maior defensor da situação é o assessor da presidência, José Francisco Manssur. De acordo com ele, Marco Aurélio Cunha não teve acesso a todos os projetos oferecidos pela empreiteira Andrade Gutierrez, que seria responsável pela obra. Manssur afirmou que, dos quarenta projetos apresentados pela construtora, Marco Aurélio Cunha teve acesso a apenas três.

Disputa

Devido à disputa entre situação e oposição, a Andrade Gutierrez desistiu de assumir a obra. Contudo, de acordo com a direção do São Paulo, há pelo menos dez outras construtoras interessadas em realizar a obra.

O estacionamento também é um ponto de divergência entre os dois lados. O grupo encabeçado por Marco Aurélio Cunha defende a construção de um complexo subterrâneo, enquanto a situação optou pela criação da estrutura no complexo esportivo do São Paulo. De acordo com Manssur, a alternativa apresentada pela oposição é cara e inviável.

Legado

Para Kalil Rocha Abdalla, candidato à presidência pela oposição, a pressa em iniciar as obras de reforma do Morumbi tem um único objetivo: deixar o mérito da construção na conta de Juvenal Juvêncio, como um legado importante de sua passagem pelo São Paulo. Manssur, por sua vez, acredita que a oposição queira apenas tirar de Juvenal os méritos pelo projeto.

Desde que assumiu a presidência do tricolor paulista, em 2006, Juvenal Juvêncio foi reeleito com ampla margem de votos. Contudo, de acordo com o estatuto do clube, o atual mandatário não pode tentar novamente a reeleição, o que deixa uma grande dúvida sobre quem é, de fato, o favorito para conquistar a eleição. Devido a estas incertezas, e à falta de flexibilidade de ambos os lados, a tão sonhada reforma do Morumbi ainda pode demorar em sair do papel.

Embora, em tese, tenha menos força política, o grupo de oposição do São Paulo conta com a presença carismática de Marco Aurélio Cunha, que deixou saudades no São Paulo quando deixou seu cargo para seguir a carreira política.

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