Os planos de saúde são bi campeões em reclamações junto ao Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Um balanço divulgado nesta semana apontou que este é o segundo ano consecutivo que a marca é registrada, e que os planos de saúde representam 26,66% das queixas de consumidores em 2013. O número representa um aumento de 6,26 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
As reclamações mais recorrentes contra os planos de saúde são negativa de cobertura, abuso nas taxas de reajuste e descredenciamento da rede assistencial. Para o gerente técnico do Idec, Carlos Thadeu de Oliveira, isso demonstra falhas na regulação por parte da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mesmo após algumas iniciativas positivas tomadas a partir de 2012.
A suspensão da venda de planos de saúde por excesso de reclamações é uma das boas iniciativas, mas que ainda não surtiram o efeito esperado na melhoria dos serviços. No Brasil, estão bloqueadas as vendas de 111 planos de saúde de 47 operadoras.
Operadoras contestam
Segundo nota oficial da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), representante das operadoras de planos de saúde, os dados do Idec representam uma pequena parcela dos clientes brasileiros, uma vez que é uma instituição que coleta informações apenas de consumidores associados. Segundo a Associação, não há isenção nem critérios técnicos transparentes na pesquisa.
Já a ANS informa que foram feitas 102 mil reclamações contra os planos de saúde apenas no ano passado, em um total de 1,2 milhão de contatos recebidos. Ainda segundo a Agência, 85,5% dos casos foram resolvidos pelo setor de intermediação de conflitos, sem a necessidade de abertura de processos administrativos. O programa de monitoramento, segundo a ANS, avalia a prestação do serviço das operadoras por meio das queixas de usuários nos canais de atendimento oficiais da agência.