Depois de fraude no Enade, Mec anuncia auditoria na Unip
O MEC, Ministério da Educação, decidiu instalar uma auditoria na Unip, a Universidade Paulista, depois da suspeita de fraude nos dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). A auditoria é para aprofundar as investigações sobre o caso. De acordo com uma nota divulgada ontem, quinta feira (22), que a auditoria durará 60 dias e será realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inpe), juntamente com a Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior (Seres).
O jornal O Estado de S. Paulo denunciou em sua edição online que a Unip escondia alunos com desempenho baixo, lançando as notas desses estudantes somente depois do fim das inscrições do Enade. Só pode participar da prova quem possui ao menos 80% da carga horária do curso cumprida, sendo um provável concluinte. A denúncia seria de que a Universidade lançasse as notas somente dos alunos com melhores desempenhos.
Resposta da Unip
Depois da denúncia, a vice-reitora da Unip, Marília Ancona Lopez, declarou à imprensa que a acusação é infundada. “Discordamos totalmente dessa denúncia. Em nenhum momento lançamos as notas de alguns alunos depois do prazo. Sempre obedecemos aos critérios do MEC, fizemos a inscrição de todos os alunos concluintes e que haviam cumprido 80% da carga horária do curso”, declarou.
Ela alega que o bom desempenho da Universidade Paulista no Enade é resultado apenas do trabalho realizado desde o ano de 2008, para melhorar a qualidade da educação oferecida. O Enade é aplicado todos os anos pelo Inep aos estudantes concluintes e ingressantes do ensino superior, em universidades públicas e particulares. Todos os anos são avaliados grupos específicos de cursos.
O objetivo deste processo é medir a qualidade do ensino oferecido pelas instituições. As que apresentam resultados insatisfatórios correm o risco de sofrer sanções do Ministério da Educação, como por exemplo, com o fechamento do curso.
Depois das denúncias envolvendo a Unip, o Ministério da Educação decidiu alterar as regras da prova. Já neste ano, os alunos também do penúltimo semestre dos cursos avaliados precisarão participar do exame.