Um trabalho realizado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz com uma parceria entre a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e o Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela), apresenta uma nova edição do Mapa da Violência. Os dados atuais indicam um alerta sobre uma possível epidemia da violência no país, principalmente contra jovens e crianças. A pesquisa engloba os dados de 92 países, sendo que somente El Salvador, Venezuela e Guatemala apresentam taxas de homicídio maiores que a do Brasil. No caso brasileiro a taxa é de 44,2 casos em cada 100 mil jovens com idade entre 15 e 19 anos.
País tem boa econômica, mas está entre os países mais violentos
As análises ressaltam que os três países possuem economias mais fracas que o Brasil, país que ocupa atualmente a sexta posição no ranking mundial. Além disso, esses países citados não possuem sistema de proteção, tal como o Estatuto da Criança e do Adolescente – que completou 22 anos semana passada – e também não dispõe de programas sociais como o Bolsa Família. Isso indica, como disse a presidente Dilma Rousseff na abertura da 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que uma grande nação não se mede pelo PIB, mas sim pelo que o Estado faz pelas crianças e adolescentes. Segundo o pesquisador responsável pela pesquisa, Julio Jacobo Waiselfiz, esses dados mostram uma realidade triste para a América Latina, pois eles indicam que vivemos em sociedades violentas. Um dado positivo, segundo ele é na melhora da cobertura médica legal. Hoje os dados da
Organização Mundial da Saúde indicam que temos um índice de 10% somente de casos em que os óbitos não são registrados, sendo que na década de 1990 esse percentual era de 20%.